Briga fútil teria motivado assassinato a sangue frio de motoentregador em Campo Grande

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Conversa mostra discussão entre autor e vítima
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  • Post publicado:20 de agosto de 2020

Uma conversa entre Bruno César de Carvalho, de 24 anos, e o colega motoentregador Emerson Salles da Silva, de 33 anos, revelou que o assassinato teria sido cometido por uma briga fútil, por causa de uma escala de trabalho deles na lanchonete. Bruno se entregou nesta quarta-feira (19) depois de ter a sua prisão preventiva decretada pelo juiz da 2º Vara do Tribunal do Juri.

Em uma das conversas que antecederam o crime e que o Jornal Midiamax teve acesso, Emerson manda um áudio para Bruno falando sobre não ter gostado de ter de trabalhar no seu lugar, já que o autor teria mandado arrumar a motocicleta. Em resposta, Bruno diz em uma das mensagens “Larga mão de ser c*, vai trabalhar, eu preciso arrumar minha moto”.

Em seguida outra mensagem é enviada por Emerson a Bruno, “vamos ver se você é bravo mesmo, fodão”. O autor responde, “só reclama, aqui não é Corumbá, não”.

conversa whats
Conversa mostra discussão entre autor e vítima

Os dois continuam trocando ofensas e no dia do crime acabam entrando em vias de fato, trocando socos na lanchonete na Avenida Mato Grosso. Eles chegam a ser separados por funcionários, mas voltam a brigar e Bruno vai até a mochila e retira o revólver avisando que está armado.

Em seguida pelas imagens divulgadas é possível ver quando Bruno faz disparos contra Emerson, que se agarra a pilastra da lanchonete e cai no chão, sendo que neste momento o autor se aproxima e faz um disparo contra a cabeça de Emerson, que chega a ser socorrido, mas morre na Santa Casa. Uma funcionária do local entra em desespero e pede para Bruno não atire contra Emerson, que ainda está vivo, mas de nada adianta.

A defesa de Bruno César entrou com pedido da revogação da prisão preventiva dele ainda nesta quarta-feira (19) alegando que a manutenção da prisão não se sustenta pelo fato do rapaz ter bons antecedentes criminais, ter residência fixa, personalidade pacífica e trabalho fixo.

De acordo com a advogada Adriana Melo, Bruno teria agido sob violenta emoção no dia do crime e que a família do rapaz não entende como tudo aconteceu e acredita que ele tenha ficado transtornado e perdido a noção de si para cometer o assassinato.

De acordo com a advogada, testemunhas teriam afirmado que a briga que terminou em crime teria sido começada por Emerson, com xingamentos e socos contra Bruno. “Estão fazendo um movimento para acabar com a imagem do Bruno”, disse Adriana que afirmou que seu cliente é pacífico.

O assassinato

Um dia antes do crime, na quarta-feira, Bruno teria levado a motocicleta para arrumar e, por isso, avisou que Emerson trabalharia sozinho. Assim, os dois já tiveram uma primeira briga, em que trocaram xingamentos. Já na noite do crime, o autor estava conversando com um funcionário da lanchonete e perguntou se era Emerson quem iria lá. “Tomara que ele nem venha, se não ele vai ter o dele”, teria ameaçado o colega, momentos antes de Emerson chegar ao serviço.

assassinato
Dona da lanchonete ainda implorou pela vida do entregador que já caído, acabou executado com um tiro na cabeça

Assim, logo que Emerson chegou ele e o colega iniciaram a discussão e depois começaram a se agredir. Com isso os dois teriam trocado socos e ainda foram ‘apartados’ pelas pessoas que estavam ali, mas brigaram novamente.

Foi então que o entregador sacou a arma de fogo, que não se sabe ao certo se estava na cintura ou na mochila. Neste momento ele fez os primeiros disparos e a dona da lanchonete implorava para que ele não matasse Emerson. Mesmo assim, ele deu mais um disparo na cabeça da vítima.