Justiça aceita denúncia contra quadrilha que lavava dinheiro do tráfico na fronteira com a Bolívia

ponte na fronteira
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  • Post publicado:19 de agosto de 2020

Grupo do Maranhão que movimentou mais de R$ 37 milhões de forma criminosa na fronteira de Mato Grosso do Sul com a Bolívia virou réu por associação criminosa, lavagem de dinheiro e evasão de divisas.  

Juiz da 3ª Vara Criminal de Campo Grande recebeu ontem (18) denúncia oferecida pelo Ministério Público Federal contra Cláudio Cardoso, Cristaini Cardoso, Fernanda Alexandre, Oldack Alexandre e Rosymeire Alexandre.

De acordo com a denúncia, investigações do MPF e Polícia Federal na Operação Hipócrates apontaram que, entre 2016 e 2020, os quatro denunciados se associaram para o esquema de evasão de divisas,de Corumbá para a Bolívia.  

Esquema consistia no recebimento de centenas de transferências bancárias de diversos locais do Brasil e a evasão era utilizada como mecanismo para ocultar a origem, localização e movimentação de valores ilícitos em processo de lavagem de dinheiro.

Os valores eram enviados por familiares de estudantes brasileiros que cursam Medicina na Bolívia, para a manutenção dos alunos no país vizinho, ou por pessoas que precisavam enviar dinheiro de forma oculta.

Valores eram sacados de forma fracionada e levados para a Bolívia por transporte terrestre, onde eram depositados em contas bancárias registradas no país.

Cláudio e Cristiane Cardos tinham 30 cartões bancários em nome de terceiros e eram os responsáveis por sacar, todos os dias, valores próximos ao limite de R$ 10 mil, que não precisa de declaração, de vários bancos de Corumbá e Ladário.

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Quadrilha do Maranhão com ramificações em Corumbá foi presa após investigação da Polícia Federal

Esse dinheiro era atravessado para a Bolívia e depositado em casas de câmbio na cidade de Puerto Quijarro. Semanalmente, era feita a evasão de R$ 50 mil.

No período de três anos, de 2016 a 2018, movimentações totalizaram mais de R$ 20 milhões, incompatíveis com a renda do acusado, que era de R$ 4,5 mil mensais.  

Os outros réus também fazem parte de estrutura familiar, sendo a mãe Rosymeire Alexandre e seus filhos Oldack e Fernanda, que se associaram ao casal a partir de 2018, no mesmo esquema.  

Fernanda movimentou R$ 7,2 milhões entre março e junho de 2018 e Olsack movimentou R$ 10,4 milhões de setembro de 2018 a março de 2019.

Caso o grupo seja condenado, penas somadas podem variar de seis a 19 anos de prisão.