Grupo do Maranhão que movimentou mais de R$ 37 milhões de forma criminosa na fronteira de Mato Grosso do Sul com a Bolívia virou réu por associação criminosa, lavagem de dinheiro e evasão de divisas.
Juiz da 3ª Vara Criminal de Campo Grande recebeu ontem (18) denúncia oferecida pelo Ministério Público Federal contra Cláudio Cardoso, Cristaini Cardoso, Fernanda Alexandre, Oldack Alexandre e Rosymeire Alexandre.
De acordo com a denúncia, investigações do MPF e Polícia Federal na Operação Hipócrates apontaram que, entre 2016 e 2020, os quatro denunciados se associaram para o esquema de evasão de divisas,de Corumbá para a Bolívia.
Esquema consistia no recebimento de centenas de transferências bancárias de diversos locais do Brasil e a evasão era utilizada como mecanismo para ocultar a origem, localização e movimentação de valores ilícitos em processo de lavagem de dinheiro.
Os valores eram enviados por familiares de estudantes brasileiros que cursam Medicina na Bolívia, para a manutenção dos alunos no país vizinho, ou por pessoas que precisavam enviar dinheiro de forma oculta.
Valores eram sacados de forma fracionada e levados para a Bolívia por transporte terrestre, onde eram depositados em contas bancárias registradas no país.
Cláudio e Cristiane Cardos tinham 30 cartões bancários em nome de terceiros e eram os responsáveis por sacar, todos os dias, valores próximos ao limite de R$ 10 mil, que não precisa de declaração, de vários bancos de Corumbá e Ladário.
Esse dinheiro era atravessado para a Bolívia e depositado em casas de câmbio na cidade de Puerto Quijarro. Semanalmente, era feita a evasão de R$ 50 mil.
No período de três anos, de 2016 a 2018, movimentações totalizaram mais de R$ 20 milhões, incompatíveis com a renda do acusado, que era de R$ 4,5 mil mensais.
Os outros réus também fazem parte de estrutura familiar, sendo a mãe Rosymeire Alexandre e seus filhos Oldack e Fernanda, que se associaram ao casal a partir de 2018, no mesmo esquema.
Fernanda movimentou R$ 7,2 milhões entre março e junho de 2018 e Olsack movimentou R$ 10,4 milhões de setembro de 2018 a março de 2019.
Caso o grupo seja condenado, penas somadas podem variar de seis a 19 anos de prisão.