Depois da publicação da matéria que descreveu os valores recebidos pelo laboratório do irmão do Prefeito Marcelo Iunes, pagos pela administração pública, uma enxurrada de comentários dividiu opiniões nas redes sociais.
Muitos acharam inadequada a situação de um gestor contratar, sem licitação a empresa do irmão. Outros, defenderam, outros, no entanto, se ofenderam, já alguns preferiram ofender.
Enfim, muita discussão e decidi também me manifestar a respeito de algumas coisas que observei.
A primeira delas é que em nenhum momento a matéria ofendeu alguém. Ninguém disse que é roubo, ninguém disse que é ilegal, ninguém opinou sobre favorecimento de familiares. Apenas deu publicidade às informações que são públicas e por força da lei são colocadas no portal da transparência, ou seja, a informação já está lá.
É claro que não tem um link discriminando o assunto “contrato com laboratório do irmão do prefeito”, ou “Veja aqui quanto os secretários estão por gastar o dinheiro público em viagens”, as informações estão separadas, e inseridas em links que levam a outros links e divididas um pouco aqui, outro tanto lá e na verdade o que era para ser transparente, se torna uma caça ao tesouro que nem todos tem conhecimento, disponibilidade e paciência para encontrar.
Bom, mas ainda bem que temos a imprensa, pelo menos uma pequena parte dela não se omite e observa os fatos passarem “na sua cara”. E vale ressaltar ainda, que o artigo 220 da Constituição Federal de 1988, garante a Liberdade de Imprensa que tantos tentam de alguma forma manchar.
Uma dessas tentativas podemos verificar claramente na nota divulgada pela Prefeitura de Corumbá em que, nitidamente, tenta atrelar ao fato divulgado, e diga-se de passagem FATO com letras maiúsculas, uma vez que se trata de informação verídica e não invenção ou as tão atuais e presentes Fake News, a uma tentativa de indução da opinião pública contra algo ou algum trabalho do município.
Me chamou a atenção o encerramento do texto, onde é mencionado ainda, um plano maquiavélico da imprensa que segundo a prefeitura, tenta “distorcer informações públicas”. Ora, se a informação foi retirada do próprio Portal da Transparência, em que se baseia essa menção nada honrosa feita pelo poder executivo corumbaense?
Em pelo menos uma coisa é preciso concordar com a referida nota. “A verdade sempre prevalecerá”. Aliás, a verdade é uma só.
E ela está bem pontuada em todas as matérias que foram veiculadas, seja pelo Folha MS, seja pelo Campo Grande News, seja pelo Midiamax. Sim, a mesma informação foi veiculada também pelos dois maiores portais de informação do Estado de Mato Grosso do Sul. Seguem abaixo os links para quem não viu.
https://www.campograndenews.com.br/politica/sem-licitacao-prefeito-de-corumba-paga-rs-982-mil-para-empresa-do-irmao
https://www.midiamax.com.br/politica/transparencia/2019/prefeito-de-corumba-assinou-contrato-de-r-1-milhao-com-laboratorio-da-familia
Por isso, ao contrário do que fez a prefeitura, que se preocupou em reservar boa parte do texto para agredir a imprensa que apenas cumpriu seu papel, vamos pontuar e deixar bem claro algumas questões. Às vezes é preciso desenhar para eles entenderem, em outras como se diz em Corumbá, se fazem mesmo é de besta. Mas vamos lá!
- Em nenhum momento a administração foi acusada de cometer uma prática ilegal
- Em nenhum trecho do texto a administração foi acusada de roubo ou favorecimento familiar, apesar da “coincidência” do laboratório ser do irmão do prefeito, ou pelo menos ser isso que consta no papel.
- Não há como haver distorção de fatos que foram integralmente extraídos do Portal da Transparência, a não ser que essa distorção tenha sido feita pela própria administração
Esclarecido e deixado bem claro essas questões, é conveniente perguntar. Por que informar um fato que já está lá no portal da transparência incomoda tanto a administração pública?