Mais presentes no agronegócio, mulheres deixam posto de ‘ajudante’ e assumem protagonismo em MS

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Foto: Eduardo Aigner/MDA
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  • Post publicado:25 de janeiro de 2020

Elas ainda são minoria, mas a mudança tem sido visível e as mulheres ocupam cada vez mais espaço no agronegócio em Mato Grosso do Sul. Elas deixam o papel de coadjuvante de lado, buscam qualificação profissional e passam a assumir o protagonismo nas propriedades rurais do estado.

Dados do último Censo Agropecuário do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) mostram que as mulheres já estão no comando de 13,6 mil propriedades, o que representa 19% das fazendas em MS.

Quem antes servia para auxiliar o pai, irmão ou marido na propriedade, agora também passa a liderar e a qualificação profissional tem um grande papel nisso. Segundo a palestrante e escritora Helda Elaine, para ter papeis de destaque no agronegócio, as mulheres, cada vez mais, buscam conhecimento em faculdades de veterinária, zootecnia, administração ou agronomia, por exemplo.

“A mulher tinha uma participação no agronegócio que ficava escondida, ela ajudava e tinha algumas funções como tirar o leite, por exemplo, mas agora [a atuação da mulher] tem sido percebida. Ela desempenha papeis de liderança, de destaque, ela não fica mais no segundo plano”, explica.

Dados do IBGE apontam que entre 2006 e 2017, o total de estabelecimentos nos quais o produtor é uma mulher elevou-se de 10,5% para 19,1%.

Segundo a Famasul (Federação de Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul), a sucessão familiar tem um papel importante na atuação feminina no campo. Com o exemplo dos pais, filhas veem potencial no setor e as possibilidades de ampliar a produtividade.

A diretora técnica do Sistema Famasul, Mariana Urt pontua que a presença de mulheres está em todos os elos das cadeiras de Mato Grosso do Sul. Elas desempenham atividades que contribuem com o desenvolvimento e a inovação do setor, onde aplicam técnicas sustentáveis e empreendem, movimentando a economia.

“Podemos destacar a crescente participação feminina que passou de 24%, em 2004, para 27%, em 2015. Elas são pecuaristas, pesquisadoras, administradoras, agricultoras, executivas de empresas do setor e empreendedoras, possuem habilidades e estão apoiando ou liderando negócios rurais, características necessárias para o desenvolvimento da empresa”, ressalta Mariana.SAIBA MAIS

Para colaborar e desenvolver competências de empreendedorismo e gestão com o público feminino, o Senar (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural) desenvolve o programa Mulheres em Campo em Mato Grosso do Sul. O programa trabalha com os seguintes temas: diagnóstico e empreendedorismo, planejamento, custos de produção, indicadores de viabilidade e comercialização, desenvolvimento pessoal e tópico especial.

Entre os diferenciais das mulheres no campo, estão a capacidade de cooperar. Segundo a palestrante Helda Elaine, elas têm mais facilidade para se relacionar com as outras pessoas envolvidas no negócio e ainda têm disposição para resolução de problemas. “Elas não deixam nada quieto, querem resolver logo, não empurram com a barriga. Elas têm um perfil interessante para a gestão, traz mais humanização”, afirma.

Para Helda, é importante que a mulher perceba seu potencial no agronegócio para se desenvolver cada vez mais. Assim, elas podem deixar de ser a esposa, irmã ou filha do produtor para se tornarem verdadeiras mulheres de negócios.

“Ela tem que perceber sua potencialidade, seu poder, sua força, sua habilidade e valorizar esse diferencial. Descobrir como utilizar isso e ocupar este espaço de liderança e somar, para que todos trabalhem em união, de forma cooperativa”, conclui.

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