‘Momentos de terror’: agente foi algemado e espancado durante motim da Unei de Campo Grande

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'Não morremos por sorte, porque eles queriam matar todos nós', disse agente (Henrique Arakaki, Midiamax)
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  • Post publicado:16 de dezembro de 2019
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Foi confirmada a fuga de 26 adolescentes da Unei (Unidade Educacional de Internação) Dom Bosco na madrugada desta segunda-feira (16). Durante o motim, os internos agrediram agentes e um chegou a ser algemado, espancado com barra de ferro e teve produto químico jogado nos olhos.

“Vivemos momentos de terror”, relatou o agente de 50 anos que há 19 trabalha nas unidades de Campo Grande. Ele contou ao Midiamax que os adolescentes do Pavilhão B simularam que um dos internos era espancado e os agentes de plantão, 5 no total, foram intervir. “Quando chegamos na cela, o cadeado já estava aberto”, contou.

Ao menos 20 adolescentes já estavam no corredor e começaram a agredir os agentes. Ele foi feito refém, algemado e espancado com golpes de barra de ferro na cabeça. Durante o motim os internos ainda jogaram um produto químico nos olhos do agente. Alguns adolescentes fugiram pelo portão, com as chaves dos funcionários, enquanto outros pularam o muro.

Ao todo 27 fugiram, sendo que um foi recapturado ainda nas proximidades. “Não morremos por sorte, porque eles queriam matar todos nós”, relatou ainda outro funcionário. Com a fuga ainda foi exposta a falta de segurança na unidade, onde os agentes trabalham desarmados e ainda há falhas nos sistemas de monitoramento.

Maiores de idade e faccionados

Com capacidade para 72 internos, hoje a Unei abriga 95 adolescentes. Por plantão atuam aproximadamente 7 agentes, sendo que nesta madrugada apenas 5 estavam escalados. “Aguardamos concurso há cinco anos”, relatou o diretor do Sindsad (Sindicato dos Trabalhadores e Servidores Públicos da Administração) Silvio Guimarães.

Conforme o diretor do sindicato, a maioria dos adolescentes que cumpre pena por ato infracional já completou 18 anos. Além disso, muitos são membros de facção criminosa. “Eles brincam com a vida dos servidores, que trabalham sem efetivo, sem arma e sem segurança”, pontuou Guimarães.

Como domingo foi dia de visita, há suspeita de que a fuga tenha sido planejada com familiares e pessoas que estavam fora da unidade. Além disso, os adolescentes teriam recebido ajuda externa na fuga. “Cria-se um romance pelo Estatuto da Criança e do Adolescente por eles serem menores, mas dentro da Unei a realidade é bem diferente”, destacou Silvio.

Questionada sobre a fuga, a Sejusp (Secretaria de Justiça e Segurança Pública) confirmou os fatos, mas afirmou que se pronunciará por meio de uma nota oficial.

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