Justiça de MS acompanha caso de menino adotado e torturado no PR

Casal-agressores
Na delegacia, o casal confessou as agressões contra o menino (Foto: Reprodução/Facebook)
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O caso do menino de Mato Grosso do Sul que foi espancado pelos pais adotivos em Londrina (PR) está sendo acompanhado pelo Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul. A informação é da assessoria de imprensa do órgão.

Por questão ética, o TJ informa que o juiz responsável pelo caso, Maurício Cleber Miglioranzi Santos, não pode se manifestar. “ A lei orgânica da magistratura não autoriza o juiz a falar sobre o caso em que está atuando”. lembra. A assessoria também reforçou o sigilo envolvendo a ocorrência por se tratar de criança. “Esses cuidados são necessários para preservar a criança”.

Por fim, a assessoria confirmou que o caso está sendo acompanhado tanto pela Justiça de Mato Grosso do Sul, quanto pela do Paraná.

A mesma linha segue a polícia do Paraná. A reportagem tentou contato com a delegada Lívia Pini, do Nucria (Núcleo de Proteção à Criança e ao Adolescente Vítimas de Crimes em Londrina) e recebeu uma nota da Polícia Civil em resposta. “O caso segue sendo investigado e, por se tratar de um menor, mais detalhes não serão repassados”, responderam.

O Campo Grande News também tentou contato com o Hospital Evangélico de Londrina, onde o menino foi internado, mas eles disseram que não comentar sobre estado de saúde de pacientes por telefone.

Redes Sociais

Os pais estão presos e o menino segue internado em estado grave, com lesões na cabeça e na coluna.

Nas redes sociais, a mãe adotiva do menino Sarah Carvalho, de 23 anos, já havia dado indícios que o garoto recebia castigos físicos. No dia 15 de novembro, ela comemorou um mês da adoção do garoto e declarou que “teve birras e castigos também, mas como toda convivência com altos e baixos”.

No dia 4 de dezembro, ela compartilhou uma publicação que, em resumo dizia que “dar palmadas nos filhos educa, sim, e faz muita falta na atual geração”. Desde que o menino saiu de Corumbá, onde foi adotado, as redes sociais também serviam para “propaganda” de bons pais.

Em outras publicações, eles comentavam sobre a importância da adoção tardia e enfatizavam as alegrias do menino em ouvir novamente a música que escutava no abrigo onde vivia ou comer pela primeira vez a pamonha de Goiânia. O chá de boas vindas do filho adotivo também foi compartilhado publicamente nas redes sociais.

O caso – O casal foi preso em flagrante na madrugada do último domingo (8), em Londrina (PR), por espancar o filho, de 9 anos. A criança, adotada somente há dois meses em Mato Grosso do Sul, foi levada em estado grave ao Hospital Evangélico. Sarah Carvalho, de 23 anos, e Israel Antunes, de 29, admitiram as agressões.

De acordo com o Paraná Portal e a Rádio 97,1 de Londrina, o garoto está na UTI (Unidade de Terapia Intensiva). Ele chegou ao hospital com diversos hematomas, principalmente, na cabeça e nas costas, o que chamou a atenção da equipe formada por médicos e enfermeiros, que decidiu acionar o Conselho Tutelar. O boletim de ocorrência registrado por um conselheiro tutelar aponta para “marcas severas de agressão física, com indícios de tortura”.

O menino nasceu em Corumbá e morava com a nova “família” deste outubro.

 

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