Penitenciária tira pão, café, leite e reduz bolo e chocolate do menu de presos

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Penitenciária Federal de Campo Grande fica no Los Angeles, região sul da cidade (Foto: Henrique Kawaminami/Arquivo)
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  • Post publicado:10 de dezembro de 2019
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O Depen (Departamento Penitenciário Nacional) abriu licitação para contratar serviços de preparação e fornecimento de alimentação aos presos da Penitenciária Federal de Campo Grande, localizada no Jardim Los Angeles. O edital, cujo contrato foi orçado em R$ 2,4 milhões, prevê corte de 1.073 quilocalorias na dieta diária atual do detento e retira do cardápio opções como pão, leite e café.

Com capacidade para comportar 208 presos, o presídio federal de Campo Grande oferece seis refeições por dia, entregues em três momentos diferentes por questão de segurança – desjejum e lanche da manhã; almoço e lanche da tarde; jantar e ceia.

O menu diário atual é de 4.065 quilocalorias. O novo cardápio sugerido soma 2.992 quilocalorias, indicado em parecer técnico nutricional anexo ao edital de licitação.

Manhã

A mudança começa na primeira refeição do dia, hoje composta por copo de leite integral, dois pães tipo francês, uma xícara de café com açúcar, duas colheres de chá de margarina e uma fruta da época. A bandeja totaliza 629 quilocalorias.

O novo cardápio tira um pão francês do cardápio e oferece queijo como alternativa à margarina. A refeição passa a ser de 478 quilocalorias.

Tarde

A redução proposta no valor calórico do almoço é de 289 quilocalorias – de 1.324 para 1.035. Os itens do prato foram mantidos – arroz (ou macarrão ou vegetais), feijão carioquinha ou preto (alternadamente), farinha, carne branca ou vermelha, legumes, salada, sobremesa ou fruta da época, suco ou refresco.

As alterações estão nas quantidades. O pedaço de carne, hoje tamanho grande, de 300 gramas, cai para tamanho médio, de 200 gramas. A porção de farinha sai de duas colheradas para apenas uma. Os acompanhamentos de legumes e salada, de 100 gramas cada, passam a somar 80 gramas cada.

A sugestão ainda inclui ovo no rodízio da proteína e reduz a sobremesa a uma porção pequena – hoje ela é média – e apenas nos fins de semana.

O lanche da tarde também será modificado. Sai o pão francês com duas colheres de chá de margarina, entram seis unidades de biscoito água e sal, de maisena ou torrada com uma colherada de chá da gordura alimentar.

Hoje fixa, a opção de suco ou refresco entra em revezamento com fruta da época, alternadamente com fatia de bolo simples, sem recheio ou cobertura.

Assim, o valor calórico da refeição cai de 411 quilocalorias para, no máximo, 352 quilocalorias.

Noite

O menu do almoço se repete no jantar, com as mesmas 1.035 quilocalorias propostas. Já na ceia, o preso não terá mais acesso a leite integral e café com açúcar em uma das opções alternadas. O cardápio passa a contar com pão francês, margarina e fruta da época.

A segunda opção de ceia, hoje composta por copo de suco de frutas, pão francês e fatia de queijo, passará a ter biscoito água e sal, de maisena ou torrada, margarina e suco ou refresco.

As refeições devem ser servidas em marmitas de isopor, formato retangular, com quatro divisões internas.

Especial

marmitaA refeição especial em data comemorativa, entregue ao preso na Páscoa, Dia dos Pais e Natal em substituição ao lanche da tarde, também terá modificações.

Atualmente, o prato diferenciado tem duas unidades de refrigerante 2 litros, 500 gramas de chocolate e bolo ou torta industrializada de meio quilo.

A edital prevê os mesmos itens, mas corta o refrigerante para uma garrafa de 600 ml, uma barra de 150 gramas de chocolate e um bolo simples de 200 gramas.

Com as alterações, o menu especial terá 1.610 quilocalorias, contra as 6.604 atuais.

Motivo

O parecer técnico de nutrição foi elaborado pela consultoria Qualitá, empresa de Brasília (DF). O laudo aponta que a dieta atual, de 4 mil quilocalorias, está “bastante acima das necessidades calóricas diárias para um homem médio (2.000 a 2.500 Kcal/dia)”.

Segundo parecer, o cardápio vigente foi elaborado “por haver demanda dos presos relatando que passavam fome”.

Ainda de acordo com o documento, a redução em 25% do valor calórico atual deve contribuir para diminuir as sobras e evitar desperdício de alimento.

Rodízio

No parecer técnico, a consultoria ainda recomenda rodízio entre os cozinheiros que preparam a refeição, a fim de atender reclamação dos presos sobre falta de variação no sabor da comida.

É sugerido revezamento dos funcionários a cada dois ou três meses, como, por exemplo, trocar quem cozinha as proteínas com quem prepara os acompanhamentos. O laudo também fala em mudança de marcas e fornecedores para buscar variedade.

O edital de licitação considera que podem ser solicitadas dietas especiais para presos com restrições alimentares devido a doenças como hipertensão e diabetes, entre outras, desde que mantidos os critérios de padrão do cardápio.

A licitação foi aberta na modalidade pregão eletrônico. As propostas das empresas interessadas serão abertas no dia 20 de dezembro.

O fornecimento das refeições tem previsão de início para maio de 2020. O prazo de vigência do contrato é de 12 meses, mas pode ser prorrogado por até 60 meses.

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