Corumbá (MS)- A decisão pelo fechamento da fronteira entre as cidades de Puerto Quijarro e Corumbá, cidades que fazem divisa entre o Brasil e a Bolívia, foi definido na manhã desta terça-feira (22), após reunião entre membros dos comitês cívicos dos municípios de Puerto Quijarro e Puerto Suárez.
De acordo com informações apuradas junto aos meios de comunicação que atuam nas cidades bolivianas, a ação é uma resposta ao resultado das eleições presidenciais ocorridas no domingo no país e as suspeitas de que teria ocorrido manipulação na apuração dos votos. Em entrevista à rádio Ercel, Marcelo Moreira, presidente do comitê cívico de Puerto Quijarro, a decisão pela convocação da greve geral segue ainda o mesmo entendimento observado pelos comitês cívicos estabelecidos em Santa Cruz de La Sierra e La Paz e deve seguir por tempo indeterminado.
O tráfego de veículos será interrompido na ponte que dá acesso aos dois países e também nas principais rodovias do país.
Os representantes das associações reivindicam a proteção do voto e rejeitam a divulgação de que Evo Morales que busca chegar ao seu quarto mandato, desafiando o resultado do referente realizado que decidiu por não conceder este direito ao presidente boliviano, tenha vencido o pleito ainda em primeiro turno.
Em Santa Cruz, o presidente do Comitê Cívico Luís Fernando Camacho, espera que a convocação seja aderida pela população na busca pelo que chamou de restabelecimento da democracia.
“Decidimos parar indefinidamente até que a democracia seja respeitada e expressada pelo cidadão nas pesquisas”, disse Camacho a tempo de pedir a população se abasteça suprimentos, alimentos e outras necessidades antes do início do protesto.
Suspeita de Fraude
A medida veio após o Superior Tribunal Eleitoral da Bolívia interromper a contagem oficial dos votos, que até o início da noite de domingo, apontava para uma disputa em segundo turno entre o representante do MAS, Evo Morales e do CC, ex-presidente Carlos Mesa, e após 20 horas, retomar a divulgação dos dados já apontando a vitória do atual presidente ainda no primeiro turno.
Órgãos internacionais que acompanhavam o pleito no país, manifestaram com estranheza a interrupção dos dados fornecidos e ainda a mudança sem explicação da tendência pela realização do segundo turno entre os dois principais concorrentes.