Bolívia e gigante russa fecham acordo para venda de ureia ao Brasil

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A Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos (YPFB), empresa estatal de energia da Bolívia, e a gigante russa de fertilizantes Acron fecharam acordo, nesta terça-feira (15), para criação de uma companhia conjunta para vender ureia, material derivado do gás natural, ao mercado brasileiro. Empresas já haviam chegado a um entendimento em julho, na Rússia.

Acordo foi firmado com assinatura de documento na cidade de Santa Cruz, no leste da Bolívia. Conforme comunicado da companhia petrolífera boliviana, as empresas têm previsão de vender 2,2 milhões de metros cúbicos de gás natural por dia ao mercado brasileiro, pelo prazo de 20 anos, a contar de 2021.

Segundo informações da Agência EFE, a Acron, além de se tornar fornecedora da Acron no Brasil, a YPFB também será sócia da Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados (UFN3) da Petrobras em Três Lagoas, que será comprada pela Acron.

Para Mato Grosso do Sul, o principal reflexo desse acordo é a retomada da fábrica de fertilizantes, inacabada desde dezembro de 2014 e com 83% das obras já concluídas. A UFN3 tem como matéria-prima o gás natural e o fornecimento de longo prazo é fundamental para as atividades.

Secretário estadual de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar (Semagro), Jaime Verruck, disse ao Correio do Estado, na ocasião em que as empresas viraram sócias, que o Estado terá ganho também em receita. “Mato Grosso do Sul ganha, porque são 2,2 milhões de metros cúbicos que passarão pelo gasoduto, gerando arrecadação em ICMS”, disse.

Ainda segundo documento da YPFB, a parceria com o grupo russo é um grande passo para internacionalização da estatal como empresa de venda de gás e “como parceiro operacional fora das fronteiras bolivianas”.

Brasil e Argentina são os principais mercados do gás natural da Bolívia. O país vizinho tem contrato com a Petrobras e exporta, atualmente, 30 milhões de metros cúbicos por dia de gás natural ao Brasil.

Ato de assinatura do acordo contou com a participação do presidente da Bolívia, Evo Morales, do ministro de Hidrocarbonetos, Luis Alberto Sánchez; do presidente da YPFB, Oscar Barriga; e do vice-presidente da Acron, Vladimir Kantor.

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