Ministério Público recorre ao STJ para levar de volta a prisão policial que matou bioquímico no cinema em MS

No momento, você está visualizando Ministério Público recorre ao STJ para levar de volta a prisão policial que matou bioquímico no cinema em MS
Bioquímico Júlio César Cerveira Filho foi morto por policial militar após uma discussão dentro de uma sala de cinema em Dourados, MS — Foto: Reprodução/TV Morena
  • Autor do post:
  • Post publicado:29 de agosto de 2019
FacebookWhatsAppTelegramCopy LinkMessengerPrintFriendlyShare

O Ministério Público Estadual de Mato Grosso do Sul (MP-MS) recorreu ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) para levar de volta a prisão o policial militar Dijavan Batista dos Santos, de 37 anos, que matou com um tiro o bioquímico Júlio César Cerveira Filho, dentro de uma sala de cinema, em um Shopping de Dourados, em julho deste ano.

Djivan recebeu o habeas corpus do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJ-MS) no início de agosto e, inclusive, voltou as atividades na unidade onde está lotado, o batalhão de Polícia Militar Ambiental (PMA) de Dourados, executando serviços internos. Conforme determinado pela decisão judicial, à noite o suspeito tem de permanecer em casa.

No recurso, impetrado na quinta-feira passada (22), o procurador Luis Alberto Safraider, por meio da 19ª Promotoria de Justiça Criminal requer a cassação do habeas corpus concedido ao policial militar, de modo que seja decretada novamente a prisão preventiva do suspeito.

O advogado que representa a família da vítima, José Trad, diz que está acompanhando pare e passo o andamento do processo. “Esperamos que ao final deste processo, o tribunal competente, que é a sociedade de Dourados, faça Justiça e reconheça a culpa e condene o acusado por esse brutal homicídio que vitimou o Júlio e toda a sua família”.

Por sua vez, o advogado que defende Dijavan, Benedicto de Figueiredo, diz que pelo Código Penal, a liberdade é a regra e a prisão é a exceção. “….O Ministério Público recorreu [do habeas corpus]. É direito do Ministério Público recorrer e a defesa aguarda com serenidade a decisão do Superior Tribunal de Justiça na manutenção da decisão do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul, para manter Dijavan Batista em liberdade, para que o mesmo responda ao processo”.

O crime

O policial e o bioquímico estavam com seus filhos para assistir a um filme infantil em um cinema de um shopping de Dourados, no dia 8 de julho deste ano, quando começaram a discutir por causa da poltrona que faziam uso. Eles brigaram e então houve o disparo que atingiu Júlio no tórax e o matou na hora. A sala estava cheia. Oitenta e cinco ingressos tinham sido vendidos.

A arma usada pelo policial era uma pistola ponto 40, sem registro,que o militar alegou à Polícia Civil que “usava-a de vez em quando”.

“Ele alega que [a pistola] era de seu pai, da reserva do Corpo de Bombeiros, que faleceu há 2 anos e ele ficou com a arma. Em razão da arma ser leve, portátil, usava-a de vez em quando, já que a arma disponibilizada pela PM [uma Imbel MD7] é extremamente pesada”, diz o depoimento tomado pelo delegado Rodolfo Daltro.
Câmeras de segurança do cinema registraram a briga. As imagens mostram o desentendimento entre o policial e a vítima até o momento em que se dirigem à porta do cinema, onde entraram em luta seguida pelo disparo, mas não havia câmeras neste ponto do cinema.

O policial militar responde por homicídio qualificado e posse irregular de arma de fogo de uso permitido.

FacebookWhatsAppTelegramCopy LinkMessengerPrintFriendlyShare