Sequestro na Ponte: perícia inicial indica que criminoso morreu com 6 perfurações

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  • Post publicado:20 de agosto de 2019

O homem que sequestrou um ônibus na Ponte Rio-Niterói, na manhã desta terça-feira (20), morreu com seis perfurações, indica uma primeira análise da perícia, segundo informações obtidas pelo G1.

Os tiros causaram ferimentos no antebraço direito, na perna esquerda, no braço esquerdo e no tórax (duas vezes) de Willian Augusto da Silva, de 20 anos. Ainda não é possível dizer, segundo os peritos, quantos tiros atingiram o sequestrador, já que um mesmo disparo pode ter causado mais de um ferimento – ao penetrar o corpo e ao sair.

Willian foi baleado e morto por um atirador de elite do Batalhão de Operações Especiais (Bope) às 9h04, após quase quatro horas de sequestro. Os 37 reféns, incluindo o motorista do ônibus, foram resgatados sem ferimentos – seis deles haviam sido liberados por Willian ao longo das negociações.

A polícia agiu após Willian descer do coletivo e arremessar um casaco. Quando ia subir a escada para reembarcar, ele foi baleado. O vídeo abaixo mostra o momento exato.

Pelo menos três snipers (atiradores de elite) estavam em posições estratégicas em volta do ônibus. Um deles estava deitado sobre um carro dos bombeiros e chegou a ser coberto por um pano vermelho para se camuflar.

Ao ser baleado, Willian foi levado para o Hospital Souza Aguiar. “O paciente chegou em parada cardiorrespiratória, e foi constatado o óbito pela equipe médica do hospital”, diz nota da Secretaria Municipal de Saúde.

Arma falsa e ameaça de incêndio

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Willian Augusto da Silva, sequestrador do ônibus da Ponte — Foto: Reprodução

Willian subiu no ônibus, por volta das 5h10, em Alcântara, no ponto final. Deu uma nota de R$ 20 e recebeu troco. A tarifa é de R$ 9,15.

Segundo passageiros, estava calmo e foi assim durante toda a viagem até entrar na Ponte. O sequestro foi anunciado às 5h26. Pouco antes das 6h, o ônibus foi atravessado na pista sentido Rio da Ponte.

Willian intimidava os passageiros com uma arma falsa e ameaçou incendiar o ônibus. O Globocop flagrou quando Willian jogou, já em chamas, um desses recipientes para a frente do ônibus. Eram 6h31. Ninguém foi atingido.

Para tal, cortou garrafas PET ao meio, encheu os recipientes com gasolina e os pendurou ao longo da cabine. Fotos de reféns mostram esses copos improvisados.

Criminoso parecia desorientado

O porta-voz da PM, coronel Mauro Fliess, afirmou que o sequestro do veículo pôde ter sido premeditado. Segundo informações dos policiais militares que estavam no local, no entanto, o homem parecia desorientado.
O criminoso se identificou como PM, mas a informação ainda não foi confirmada.

Especialista diz que ação foi ‘perfeita’

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Sniper que atirou no sequestrador utilizou uma manta vermelha para se camuflar em cima de uma viatura

O especialista em gerenciamento de crise José Ricardo Bandeira disse que a ação da polícia diante do sequestro na Ponte Rio-Niterói foi “perfeita”.

“Pela ótica da ação tática e operacional foi perfeito. Eles agiram da forma correta desde o começo”, afirmou.
“Até então, a gente acreditava que ele iria se render, mas, ao retornar para o coletivo, ele pode ter mudado de ideia. O gestor de crise ou o próprio sniper pode ter decidido alvejar porque, ao retornar para o coletivo, ele coloca de novo os reféns em risco. Ele estava fora do coletivo e a polícia jamais iria permitir que ele voltasse. Ele teria que ter se rendido naquele momento”, explicou José Ricardo Bandeira.