Com alcance de 32 km, radar para monitorar fronteira é atração na SBPC

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Tenente Jonys Ocampos mostra cabine de operação do radar móvel (Foto: Kísie Ainoã)
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A imensa bandeira nacional pendurada na parte externa do Teatro Glauce Rocha demarca a localização do CMO (Comando Militar do Oeste) na 71ª Reunião Anual da SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência). No gramado, blindados e equipamentos utilizados no Sisfron (Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras) são as atrações tecnológicas à mostra.

Preparados para reforçar a segurança na faixa de 650 quilômetros da divisa do Brasil com o Paraguai, em Mato Grosso do Sul, dois radares expostos despertam a atenção dos curiosos. Quem frequenta o evento pode entrar na cabine de operação da unidade móvel, acoplada em caminhão, ou observar de perto o equipamento transportável, que demanda três pessoas para ser levado de um lugar ao outro.

De acordo com o 2º tenente Jonys Ocampos, do 20º RCB (Regimento de Cavalaria Blindado), os radares alcançam alvo de grandes dimensões em raio de até 32 quilômetros. “Um homem rastejando pode ser identificado em até 900 metros de distância”, completa.

De fabricação brasileira, mas com câmera israelense, o sistema é utilizado pelo Exército para criar zonas de monitoramento. “Se fazemos um bloqueio de estrada, por exemplo, e temos a informação de inteligência de que algo ilícito pode ser transportado por uma rota alternativa, nós criamos essa zona exatamente nesse ponto. Assim, qualquer coisa que passar por ali gera um alerta”, conta Ocampos.

O radar transportável transmite as imagens geradas em tempo real para uma base, de onde a decisão é tomada e equipes de solo podem ser acionadas. O dispositivo tem visão noturna, identifica focos de calor e pode se tornar “invisível” ao bloquear a emissão de impulsos elétricos. Ainda conforme Ocampos, a 4ª Brigada de Cavalaria Mecanizada de Dourados conta com quatro radares em operação.

O blindado do projeto Guarani é outra atração que pode ser experimentada pelos visitantes. Usado durante a intervenção do Exército no Rio de Janeiro (RJ), o modelo é fabricado em Sete Lagoas (MG), tem 383 cavalos de potência, pesa 17 toneladas e pode atingir 120 km/h. As divisões instaladas em Mato Grosso do Sul contam com 45 unidades da viatura.

Segundo o 3º sargento Fernando Antonello, do 10º RC Mec (Regimento de Cavalaria Mecanizado), o blindado “passa um ar de agressividade, intimidador”, e serviu para substituir os Urutus. “Eram fabricados pela falida Engesa [Engenheiros Especializados S.A.] e já estavam bastante defasados”, continua.
Blindado do projeto Guarani em exposição no evento, realizado na UFMS (Foto: Kísie Ainoã)
As armas instaladas no blindado podem ser operadas pelo lado de dentro, por meio de joystick. A viatura tem também detector de movimento, com alcance de até 10 quilômetros.

O designer Vinicius Eduardo, 22 anos, entrou no blindado e achou “confortável, melhor que ônibus”. O analista de sistemas Edemilson Júnior, 25, gostou de “saber o que o País tem em poderio bélico”. Já o desenvolvedor de software Nilson dos Santos, 23, comparou a experiência à “coisa de filme”.

Evento

Maior evento científico da América Latina, a 71ª edição da Reunião Anual da SBPC é realizada pela primeira vez em Campo Grande, na UFMS, e segue com portões abertos até sábado (27). Serão pelo menos 250 conferências, palestras, rodas de conversa, oficinas e minicursos. As atrações são gratuitas. A programação do encontro está disponível aqui.

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