Pela primeira vez, Corumbá celebrou o Dia Municipal do Jacaré. Sancionada pelo prefeito Marcelo Iunes, a lei nº 2.678/2019 instituiu a data, que deve ser celebrada anualmente no dia 15 de julho. A comemoração aconteceu na sede Caimasul, localizada no quilômetro 741 da rodovia BR-262.
De autoria dos vereadores Chicão Vianna e André da Farmácia, além de reverenciar um animal símbolo do Pantanal, a lei prevê a realização do Festival do Jacaré, como forma de divulgar ainda mais a carne que está ganhando enorme espaço na culinária, inclusive do exterior. A legislação autoriza o Poder Público Municipal a realizar festividades visando a divulgação do Pantanal e de Corumbá.
“Buscamos a valorização daquilo que temos na nossa natureza, dentro da nossa própria cidade. Daqui alguns anos queremos um evento muito forte para gerar renda e oportunidade de empregos para a nossa população. Também para dar conhecimento à nossa população sobre a qualidade da carne de jacaré”, disse o vereador André da Farmácia, um dos autores da lei e que também é líder do governo na Câmara Municipal.
Também proponente da lei, o vereador Chicão Vianna destacou a projeção que o Dia Municipal do Jacaré permite a cidade. “O maior frigorífico de carne de jacaré da América Latina está aqui em Corumbá. Com a lei, buscamos fomentar o turismo e o jacaré como produto para, nos próximos anos, termos a Festa do Jacaré aqui em Corumbá. Temos como exemplo, a Festa da Linguiça de Maracaju, na cidade de Maracaju; o Porco no Rolete em São Gabriel do Oeste. Podem ter a Festa do Jacaré em Corumbá. O prefeito Marcelo Iunes se sensibilizou com a proposta”, afirmou o parlamentar.
“Comemorar o Dia Municipal do Jacaré é, para nós, muito gratificante. Complementa tudo o que já fizemos e permite mostrar o que ainda temos por fazer”, disse o diretor da Caimasul, Wilson Giradi. Presidente da Câmara Municipal, Roberto Façanha, afirmou que o Corumbá conta com um frigorífico de jacarés que é “referência tecnológica no Brasil” e que desenvolve “projeto sustentável”.
Presidente da Associação dos Empresários de Turismo de Corumbá (ACERT), o empresário Luiz Martins participou do evento que inaugurou a celebração da data no município. Ele enfatizou que o turismo é “feito de produtos” e o jacaré e seus derivados “é um produto único no Brasil” que “precisa ser fomentado”.
“Tem de ser comemorado, o jacaré é um dos símbolos do Pantanal e também de Corumbá. Buscamos incluir no Festival América do Sul Pantanal, no Eco Pantanal Extremo uma programação como o Festival do Jacaré, com vários pratos servidos à base da carne de jacaré. É um evento, que com certeza vai atrair mais turistas para Corumbá, numa época em que o turismo de pesca está parado em razão do período de Piracema. A iniciativa vai gerar renda, emprego e fomentar a economia neste período”, avaliou o prefeito Marcelo Iunes.
Produção da carne de jacaré
O empreendimento distante aproximadamente 35 quilômetros do complexo urbano de Corumbá. Está instalado em uma área de 150 hectares. É o único frigorífico no mundo de abate de jacaré inteiramente automatizado. A produção, para mercados interno e estrangeiro, oferece 11 diferentes tipos de cortes de carne de jacaré. A tecnologia empregada permite reaproveitamento total do animal.
Todo o trabalho executado no complexo industrial é pautado pelo compromisso de manter o equilíbrio do ecossistema pantaneiro; garantir a conservação da espécie do jacaré do Pantanal e seguir as regras ambientais que regulam o setor. Todo o manejo da área de trabalho é sustentável. A água usada nas baias onde ficam os répteis vai para bacias de decantação, onde é tratada e reutilizada.
As matrizes são coletadas na natureza, por meio de um sistema de manejo em áreas monitoradas. O ciclo de produção no sistema de recria e engorda é de dois anos. Mas a partir de 18 meses, já há animais no tamanho de abate, em torno de 1 metro e 10 centímetros, 1 metro e 20 centímetros e cerca de oito quilos. Passado o período de recria e engorda, os animais entram na fase de encaminhamento no frigorífico. Lá vão para abate; processar a carne; separação da pele [couro] que vai para o curtume – também a ser instalado na própria planta – para processamento.