PRF é condenado a 23 anos de prisão, mas poderá recorrer em liberdade

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O policial rodoviário federal Ricardo Hyun Su Moon foi condenado a 23 anos e 4 meses de prisão, acusado de matar o empresário Adriano Correa Nascimento, e tentativa de homicídio contra Vinicius Ortiz e Agnaldo Spinosa da Silva, que estavam no veículo com a vítima no dia do crime, ocorrido em 2016. Julgamento foi realizado hoje na 1ª Vara do Tribunal do Júri e o policial poderá recorrer em liberdade.

Conselho de Sentença, por maioria de votos, condenou Su Moon por homicídio e dupla tentativa de homicídio. Juíza Denize de Barros Dodero fixou a pena em 14 anos por homicídio doloso qualificado pelo motivo fútil e com recurso que dificultou a defesa da vítima e a 4 anos e oito meses para cada uma das tentativas de homicídio qualificado pelo motivo fútil e recurso que dificultou a defesa das vítimas. Por conta do concurso material, as penas foram somadas, totalizando os 23 anos e quatro meses, em regime fechado.

Advogado do acusado, Renê Siufi, afirmou que irá recorrer da decisão e, durante o recurso, o policial ficará solto, cumprindo medidas determinadas anteriormente.

“É muito perigosa essa decisão, mas o jurado decidiu, é soberano e nós temos que respeitar a decisão. Vamos recorrer, acho que vamos conseguir tirar esse processo daqui e ir para a Justiça Federal, eu tenho certeza disso, e aí tudo volta a estaca zero, vamos começar de novo”, disse o advogado.

Assistente de acusação, Irajá Pereira Mesquita, considerou justa a sentença. “Com certeza vai haver recurso e tem que aguardar o que a defesa vai dizer, a manifestação, mas o comportamento da juíza, ela foi muito correta e, na minha visão, pelo menos por enquanto, não deixou muita margem para recurso. Eu acho que qualquer tentativa de recurso possivelmente será frustrada pelo Tribunal”, disse.

Já a mãe de Adriano, Mareli Correa do Nascimento, ao saber da sentença, disse que deseja que a pena seja cumprida com o acusado preso. “Espero que seja cumprido, de Deus e dos homens espero que ela seja cumprida. É uma dor profunda, só quem sabe essa dor é a mãe”, disse, bastante emocionada.

O julgamento começou às 8h desta quinta-feira (30) e reuniu diversas pessoas, entre familiares de Adriano, policiais rodoviários federais, todos vestidos de camiseta azul e estudantes de direito.

CRIME

De acordo com a denúncia, no dia do crime, o policial da PRF estaria se deslocando para seu trabalho, na região de Corumbá, quando Adriano Correia, proprietário de um restaurante na Capital, estando na avenida em uma Toyota Hilux com outras duas pessoas, teria feito uma conversão à direita, quase colidindo com o veículo de Moon. O policial teria descido do veículo e abordado o empresário e dois acompanhantes já na posse de sua arma, uma pistola, dizendo que era policial.

As vítimas teriam chegado a descer do carro e solicitado que Moon mostrasse sua identificação, visto que ele não estava fardado (somente com uma aparente calça de uniforme). Diante da recusa do policial, teriam retornado ao veículo. Adriano teria ligado a caminhonete, iniciando manobra para desviar do carro do acusado, que estaria impedindo sua passagem.

Quando o empresário iniciou o deslocamento, o policial teria efetuado disparos contra as vítimas. Após os tiros, o veículo de Adriano prosseguiu por alguns metros e chocou-se num poste de iluminação. Ele morreu no local; outro rapaz saltou do carro e teve fraturas; e um terceiro foi atingido por disparos, mas foi socorrido e sobreviveu.