Corumbá (MS)- O Juizo da 1ª Vara Criminal de Corumbá determinou na tarde desta segunda-feira (27), a conversão da prisão temporária do delegado Fernando Araújo da Cruz Júnior, em prisão preventiva. Ainda conforme informações, na mesma decisão, a justiça revogou a liberdade que havia sido concedida ao investigador de polícia Emmanuel Contis, acusado de dar cobertura ao delegado.
Conforme reportagem publicada pelo Jornal Midiamax, conversas extraídas do aplicativo WhatsApp encontradas no celular dos detidos e que foram apreendidos, teriam revelado a existência de provas de coação no processo e fraude processual.
Ainda conforme as informações a que o jornal teve acesso, foram registradas ameaças contra autoridades envolvidas na investigação, no sentido de que bombas seriam jogadas na delegacia e na corregedoria.
Fotos da caminhonete usada pelo delegado no dia do crime também foram encontradas. O veículo sofreu alterações na tentativa de dificultar as investigações e informações repassadas por testemunhas.
Na manhã desta segunda-feira (27), foi publicado no Diário Oficial do Estado a revogação da portaria que afastou o investigador do quadro de servidores da Sejusp, no entanto, com a decisão, Emmanuel Contis deve voltar para prisão. A investigação continua.
Prisão
Ambos foram presos inicialmente a pedido da Corregedoria da corporação, por meio de ação entre a DEH (Delegacia Especializada de Repressão a Homicídio) e do Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubo a Bancos, Assaltos e Sequestros).
Alfredo Rangel Weber foi assassinado no dia 23 de fevereiro e o suspeito é o delegado Fernando, que está preso desde o dia 29 de março. Testemunhas o identificaram como autor das facadas, que foram desferidas depois de desentendimento em um evento na fronteira. A vítima foi socorrida, mas o delegado e o investigador interceptaram a ambulância em Corumbá, oportunidade em que houve a execução a tiros.
Reconstituição
No dia 8 de abril, foi feita a reconstituição simulada do assassinato do boliviano Alfredo Rangel. A Corregedoria da Polícia Civil e a delegacia de Homicídios fizeram a simulação, mas o delegado Fernando Araújo não esteve presente. Testemunhas presenciais participaram da simulação para que todas as versões do caso fossem analisadas, para saber o momento exato em que Alfredo foi assassinado.