Deputada divulga nota após votar contra a transferência do COAF

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  • Post publicado:24 de maio de 2019

Corumbá (MS)- A repercussão referente ao posicionamento da votação que determinou a permanência do COAF (Conselho de Controle de Atividades Financeiras), junto ao Ministério da Economia, levou a Deputada Federal Beatriz Cavassa a divulgar uma nota, elencando as razões de seu voto contra a transferência do órgão para o Ministério da Justiça, conforme pretendia o presidente Jair Bolsonaro e o próprio Ministro da Justiça Sérgio Moro.

Confira a nota na íntegra:

NOTA PÚBLICA

Nota de esclarecimento sobre o meu posicionamento em relação ao COAF:

  1. O Governo não perdeu o COAF. O COAF é um órgão subordinado ao Governo e irá permanecer assim. Ninguém “perdeu” nada, principalmente o povo.
  2. O COAF sempre esteve subordinado ao Ministério da Economia (antigo Ministério da Fazenda) – e nem por isso deixou de realizar suas atribuições: graças ao COAF, a Operação Lava-Jato pode ter êxito – mesmo o órgão estando subordinado ao Ministério da Economia.
  3. O COAF não é polícia, não é órgão responsável por investigar corrupção. O COAF é um órgão para investigar fluxo financeiro relacionado ao crime de lavagem de dinheiro. Este órgão não é formado por funcionários técnicos que prestaram concurso para a COAF ou ainda, formado por indicados políticos. Dentro do COAF existem membros do Ministério Público, do Banco Central, polícias diversas, peritos e técnicos.
  4. TODOS os Ministérios conversam entre si, todos os Ministros foram escolhidos pelo atual Governo Federal. Não creio que o Ministro da Economia Paulo Guedes – ou qualquer outro integrante dos Ministérios – irá negar informações ou obstruir o trabalho necessário para erradicar a corrupção do nosso país.
  5. É muito importante ressaltar que o COAF precisa ser INDEPENDENTE, não importa a quem esteja subordinado. HOJE temos o Ministro Sérgio Fernando Moro à frente do Ministério da Justiça e Segurança Pública do Brasil. Um homem de caráter e moral ilibados e reputação inquestionável, pessoa que conheci pessoalmente e admiro muito.

Porém, não podemos mudar toda uma estrutura organizacional institucional por razões pessoais e únicas – pois estamos tratando de um órgão fiscalizador que possui um papel fundamental na vida privada de cada cidadão e cidadã de nosso país. Hoje mudamos o COAF para atender as necessidades de uma pauta de acordo com um movimento e tendências políticas da situação. E amanhã? Em outro governo e com outro direcionamento político essas mesmas pessoas gostariam que esse órgão permanecesse com essas mudanças efetuadas? Fica a reflexão.

  1. Praticamente em toda a Europa – onde existe uma rigidez imensa no combate à corrupção e aos crimes de lavagem de dinheiro as instituições semelhantes ao COAF no Brasil ficam subordinadas à pasta da Economia. Mudar o COAF de pasta pode não ser bom para a relação da COAF com outras unidades de inteligência de outros países – os quais trabalhamos há anos – e que com sua ajuda já resgatamos uma boa parte das divisas enviadas ilegalmente para paraísos fiscais.

Caros amigos e amigas: essas foram as razões pelas quais fiz minha escolha. Não sou ré, não tenho nada a esconder, sou FICHA LIMPA. Mas jamais votarei em algo que não acredito, apenas para satisfazer egos e efetuar demonstrações de força – sem trazer uma REAL mudança para o nosso país – isso não.

Vamos focar no que realmente importa para a nossa nação – e em especial, ao nosso Mato Grosso do Sul e ao nosso Pantanal: buscar soluções que realmente possam transformar a realidade do nosso povo e que possam proporcionar mais segurança, empregos, movimentar a nossa economia e gerar mais investimentos na educação e principalmente para a nossa tão defasada saúde.

A campanha política ficou para trás, o momento agora é de trabalho.

Grata pela atenção,

Bia Cavassa
Deputada Federal (PSDB-MS)