Um homem esfaqueou e assassinou a ex-namorada na noite desta terça-feira (21) em Paracatu, região Noroeste de MG, e depois invadiu uma igreja evangélica na mesma cidade e matou mais três pessoas a tiros.
De acordo com a Polícia Militar (PM), depois de matar Heloísa Vieira Andrade, de 59 anos, o autor Rudson Aragão Guimarães, 39 anos, atirou contra as fiéis Rosangela Albernaz, 50 anos, e Marilene Marins de Melo Neves, idade não informada, e Antônio Rama, 67 anos, pai do pastor.
Já o pastor Evandro Rama, 38 anos, que celebrava o culto, foi perseguido, conseguiu pular o muro no fundo da igreja e fraturou o pé. Testemunhas disseram para a Polícia Civil que ele sofria ameaças do assassino, o que será apurado.
No início da investigação, a PM havia informado que o alvo do assassino seria o pastor e que ele era casado com a ex-namorada dele, mas a informação foi retificada. Ainda não se sabe o envolvimento do assassino com as pessoas na igreja.
Segundo o tenente-coronel Luiz Magalhães, comandante da PM, o assassino estava na casa da família dele, no Bairro Bela Vista, juntamente com a ex-companheira, a mãe e a irmã. No local, usando um canivete, ele esfaqueou a Heloísa Vieira com um golpe no pescoço e seguiu para a igreja. “Ele chegou alucinado e com falas desconexas, procurando pelo pastor e dizendo que iria matar ele”, afirmou Magalhães.
Pelo menos 20 pessoas participavam de uma reunião na Igreja Batista Shalom. Imagens de uma câmera de segurança registraram o momento em que o homem chegou, por volta das 18h47. Ele arrancou o portão e invadiu o local. O pastor Evandro Rama e outros fieis conseguiram fugir pelos fundos.
Contudo, as três vítimas foram atingidas com tiros na cabeça. Uma equipe da polícia passava pelo local e ouviu os disparos. “Neste momento, os militares entraram e dispararam um tiro contra o autor. Foi constatado que ele ainda tinha seis munições intactas e pelo cenário ainda faria uso das munições contra outras pessoas”, falou o comandante.
O atirador foi socorrido para o Hospital Municipal de Paracatu e passou por cirurgia. Segundo informou a administração, o estado de saúde é grave.
Motivação será investigada
O delegado Marcelo Alexandre dos Santos disse que ainda está apurando os fatos.
“Ainda é prematuro dizer que se trata de crime passional. É preciso ouvir mais pessoas porque é temerário no momento dizer que é crime passional. As pessoas que estavam no local disseram que o pastor vinha sendo ameaçado por ele há algum tempo. Nossa linha de investigação é descobrir a motivação e porquê ele tinha essa desavenças, fazia essas ameaças contra o pastor”, disse Marcelo.
Ainda segundo o delegado, não é possível dizer ainda a relação que o assassino tinha com as outras vítimas. “Eu acredito que eles se conheciam só da igreja mesmo, mas a partir do momento que ele ingressou na igreja , o pastor fugiu do local. Ele permaneceu dentro da igreja e, pelas imagens que nós tivemos acesso, ele estava nervoso. Não dá saber ainda porque ele agiu dessa forma.”